sábado, 17 de novembro de 2007

Xiiiiiii!! Deu branco!!

Domingo de vestibular, você acorda às 7:00hs, a primeira coisa que você ouve de seus pais é “preparado campeão?” Depois vem o café farto, afinal fazer prova de estômago vazio não é bom. Antes de sair não tem como escapar ao check list maternal: “pegou caneta? Pega mais umas pra garantir. Pegou lanche? Toddynho, chocolate, batatinhas? Não quer levar uma maçã também? Foi ao banheiro? R.G.? Matrícula, número da sua sala...”



No carro, mãe, vó e tia explicam: faz com calma, faz primeiro as que você sabe, não fica nervoso, fica atento ao tempo. Chegando: boa sorte meu futuro médico!!



Na hora da prova você dá aquela lida, meio por cima, em todas as questões. Enquanto lê, mil fórmulas e conteúdos estudados exaustivamente durante todo o ano passam pela sua cabeça. Começando a resolver, de fato, as questões, você sente que algo trava, sua mão escreve desajeitadamente, você olha pro lado e vê quele nerd escrevendo milhões de coisas, desespero total. E eis que ele surge: o temido “Branco”!



Como no quadro de Dali, o relógio (e junto com ele o tempo) parece dissolver-se. (clique aqui para ver o quadro)



Por que isso acontece, e sempre quando quando nós precisamos estar calmos, sempre quando temos que estar preparados? Não é só a Lei de Murphy, existem explicações lógicas e científicas para isso, e o Farofa tentou desvendar esse mistério do “branco.”



A base do processo de memória está nos neurônios, são eles quem conduzem as informações dentro do sistema nervoso, num processo de trocas de informações chamado de sinápse. Esses neurônios estão organizados em forma de colunas. Cada coluna é específica para um tipo de informação. Quando algum dado da memória é solicitado, essas colunas começam um processo de estimulação entre si, o que gera uma ativação dos neurônios e, assim, o resgate dos dados necessários. Ou seja, é um processo de busca, seleção e utilização da memória guardada.



O “branco”, tecnicamente chamado de lapso de memória, ocorre quando algumas situações atrapalham uma dessas três etapas do processo de resgate das informações. Essas relações podem ser abaladas por diversos fatores como a idade avançada, consumo de remédios e álcool, depressão, insônia e outros que podem provocar reações físicas ou químicas, que retardam e/ou interropem as sinapses.



No caso dos vestibulandos, os lapsos mais comuns são retardamento das sinápses causados pela ansiedade do momento da prova. Não é fácil manter a calma em um momento decisivo no qual, em poucas horas, deve-se mostrar um resumo de quase tudo o que se aprendeu no colégio para passar para a próxima e desejada etapa: a Universidade. É praticamente uma chance por ano, por isso os jovens temem tanto a prova e, mesmo se preparando, ficam ansiosos para que o exame passe e para darem o melhor de si na prova.



É comum nessas horas ter lapsos de memória que podem, ou não, passar rapidamente. Para que isso não ocorra é necessário diminuir a pressão sobre o jovem candidato, os pais não devem por expectativas demais, nem cobrar resultados, pois tudo isso aumenta a ansiedade. Pesquisas feitas por neurologistas de Havard e publicada pela revista Nature Neuroscience mostram que estudantes que dormem melhor tendem a ter melhor memória. Sabe-se que o processo de fixação da memória dá-se durnate o período de sonhos. Um dos cientistas da pesquisa, Robert Stickgold suspeita que o cerébro necessite estar desconectado da realidade para fixar a memória.

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